O carbono é um elemento fundamental para a vida na Terra, mas o excesso de carbono na atmosfera está causando um grande impacto ambiental. Desde a Revolução Industrial, a queima de combustíveis fósseis e a atividade industrial têm emitido grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa na atmosfera, o que está contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a queima do carvão foi responsável por 40% do crescimento das emissões de CO2, equivalente a 15,3 bilhões de toneladas.
Esse elemento químico é um componente fundamental de muitos gases poluentes que são emitidos na atmosfera, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). Esses gases têm a capacidade de absorver e reter o calor do sol, criando o efeito estufa, um fenômeno natural que ajuda a manter a atmosfera terrestre de maneira adequada para a manutenção da vida no planeta. A emissão excessiva desses gases, no entanto, está intensificando esse efeito, resultando em mudanças climáticas perigosas e imprevisíveis.
A atividade humana é a principal responsável pelo aumento das emissões de carbono na atmosfera, principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis na indústria e no transporte, além do desmatamento e da agropecuária. Além disso, as atividades cotidianas das pessoas, como a iluminação e a refrigeração de casas e edifícios, também emitem grandes quantidades de gases poluentes. Estima-se que a concentração de dióxido de carbono (CO2) em 2020 foi 149% superior aos níveis anteriores à industrialização, batendo outro recorde anual, de acordo com o Boletim de Gases de Efeito Estufa da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A natureza tem a capacidade de absorver parte do carbono emitido na atmosfera. As plantas usam a energia do sol para converter o CO2 em compostos orgânicos, armazenando o carbono em sua biomassa e no solo. Os oceanos também conseguem absorver esse elemento da atmosfera, mas essa absorção é limitada e tem levado à acidificação das águas.
Esse processo acelerado tem sobrecarregado a capacidade de absorção natural, não sendo suficiente para compensar o aumento exponencial na emissão de gases poluentes pela atividade humana nas últimas décadas. Isso significa que o excesso de carbono permanece na atmosfera, amplificando o efeito estufa e causando mudanças climáticas em todo o mundo. Por isso, é importante que haja uma redução significativa nas emissões desse composto para minimizar os impactos do aquecimento global.
Uma maneira de mitigar a emissão de carbono é através do uso de créditos de carbono. Eles são gerados quando uma empresa ou indivíduo toma medidas para a redução de suas emissões, como a implementação de fontes de energia renovável ou a proteção de áreas florestais. Esses créditos, que equivalem a 1 tonelada de gás carbônico retirada da atmosfera. Quando certificados, eles podem ser vendidos no mercado global para outras empresas ou indivíduos que desejam compensar suas próprias emissões. Dessa forma, as emissões são compensadas e a pegada de carbono é reduzida.
A Associação Brasileira de Créditos de Carbono e Metano (Abcarbon) é uma organização que tem como objetivo fomentar e regulamentar o mercado de créditos de carbono no Brasil. Seu foco tem sido ampliar a certificação e apoiar projetos que priorizem práticas sustentáveis que ajudem a proteger o meio ambiente e reduzir o impacto das mudanças climáticas.
Dessa forma, a Abcarbon vem se empenhando para a construção de um mercado mais transparente e sustentável, estimulando a adoção de práticas socioambientais responsáveis e estimular a economia brasileira a partir da criação de negócios que envolvam a geração de créditos de carbono e metano.
|| Texto: Anderson Machado | Jornalista | comunicacao@abcarbon.org.br ||